O consumo global de água engarrafada está em alta, com cerca de 1 milhão de garrafas vendidas a cada minuto. Porém, a crença de que essa água é mais segura do que a da torneira está sendo seriamente questionada por especialistas. Estudos recentes revelam que até 78% das amostras de água engarrafada contêm microplásticos, que podem entrar na cadeia alimentar e agir como desreguladores hormonais. Esses contaminantes estão associados a efeitos adversos à saúde, como estresse oxidativo e desregulação imunológica, além de doenças crônicas como diabetes e hipertensão.
O problema vai além da saúde humana. As garrafas plásticas são o segundo maior poluente dos oceanos, e apenas 9% delas são recicladas. O restante acaba em aterros ou incineradores, contribuindo para o aquecimento global e agravando a crise ambiental. O impacto social também é grave, com nações em desenvolvimento sobrecarregadas pela gestão desses resíduos.
Além disso, o processo de produção de garrafas plásticas gera uma pegada ecológica significativa, com altas emissões de gases de efeito estufa. Apesar disso, em países ricos, a conveniência ainda impulsiona o uso desenfreado da água engarrafada, destacando a necessidade de campanhas educativas e intervenções governamentais para incentivar o consumo de água da torneira, uma alternativa mais saudável e sustentável.
Os especialistas defendem que uma mudança de paradigma é urgente: é necessário investir em infraestrutura de água potável, especialmente em países de baixa e média renda, e promover uma transição cultural para práticas de consumo mais responsáveis. Essa mudança pode reduzir a pegada ecológica, melhorar a saúde pública e fortalecer o compromisso com a justiça social, enfrentando, de forma coordenada, os desafios ambientais e de saúde pública impostos pelo uso massivo de garrafas plásticas.
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